
3 - EDUCAÇÃO E VÍDEOS PEDAGÓGICOS
No mundo contemporâneo, em que tudo está imerso no universo digital, é observável que a linguagem cinematografia tem permeado o mais íntimo dos espaços privados das pessoas por meio dos vídeos do Youtube, do TikTok e outros compartilhados no WhatsApp e outras mídias sociais. Cada vez mais, temos crianças, adolescentes, jovens e, até mesmo, idosos, que passam horas em frente às telas de celulares e tablets assistindo e compartilhando vídeos dos mais diversos tipos e conteúdos.
A educação, a escola, os professores vêm tentando se apropriar dessas ferramentas, consideradas mais atraentes, para conseguirem atingir seu público alvo (os alunos) e seu objetivos (aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades comunicativas). Nas escolas, instituições sociais consideradas, na maioria das vezes, como obsoletas, temos os profissionais da educação, principalmente, os professores, tentando fazer uso dessas tecnologias, apesar dos enormes obstáculos que encontram para transpor o uso primário de uma determinada ferramenta. Isto é, utilizar as ferramentas de função social do entretenimento com uma outra finalidade: uma função social educativa, de uso pedagógico.
Urge, pois, a formação dos professores para o uso das TDIC, porque a simples inserção de ferramentas/artefatos na educação, sozinha, não é capaz de gerar melhoria no ensino. Porém, os usos específicos podem produzir práticas pedagógicas que podem culminar na elevação da humanidade; superação do pensamento simples para o mais elaborado: o pensamento complexo e conceitual; possibilitar aos indivíduos da sociedade contemporânea a apropriação de toda a cultura humana produzida até então, o que inclui, portanto, a apropriação da cultura digital, da cibercultura, ou seja, a inserção no ciberespaço.
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Produção de Vídeos na Escola - Mediações e Práticas Mídia-Educativas
Mídia e Educação: Proposta Pedagógica com o Uso do Vídeo como Recurso Didático
O vídeo, a cinematografia, por sua vez, é uma ferramenta que também pode ser usada com fins educacionais. Porém, os professores, mesmo sem formação em linguagem cinematográfica, têm criado e editado vídeos como ferramentas educacionais, necessitando, portanto, dessa formação para o uso de vídeos em suas práticas pedagógicas.
No processo de produção de vídeo com objetivos educativos, existe a necessidade de reflexões, tais como: por que vou fazer esse vídeo? É realmente necessário? Já existe material sobre esse assunto? Ou o que posso usar do que já é existente na mídia digital? Isso fará com que se poupe tempo e esforços no processo de criação.
Identificada a necessidade de uma nova criação, importante definir: qual será o roteiro do meu vídeo? Qual é meu público alvo? Que roteiro, que narrativa poderá atrair meus estudantes? Por exemplo um professor de Educação Infantil, poderá trabalhar com o conteúdo “Identidade: Nome”, a partir de um enredo sobre algum personagem, algo, que as crianças de sua turma mais gostem, como por exemplo, “piratas”. Assim, o professor poderá criar um vídeo em que o personagem principal é um pirata e as referências ao conteúdo será basicamente por meio de imagens e a linguagem falada com palavras mais simples. Se for um professor de Ensino Fundamental, com o mesmo conteúdo dos anos iniciais, poderia ser o mesmo tema “piratas”, se a turma gostar dele. A questão é adequar a linguagem do vídeo para esse público alvo, como inserindo textos ao vídeo e utilizando algumas palavras um pouco mais complexas.
Portanto, para criação e edição de vídeos, é importante primeiramente planejar e adequar para o público alvo. Após, é interessante definir que recursos e aplicativos serão utilizados naquela produção. Para definir isso, pode-se fazer alguns questionamentos, como: pode-se realizar uma filmagem com celular usando um aplicativo de celular para edição? Será utilizado somente imagens e áudios utilizando um computador? Para definir os recursos e aplicativos que serão utilizados, sugere-se que se tenha em mente em qual tipo de mídia social, digital aquele vídeo será veiculado. Deve-se questionar para isso: é um vídeo para ser enviado para o TikTok? (Então deverá ser um vídeo mais curto, o enredo será mais curto); é um vídeo que será veiculado no Youtube? (Poderá ser um vídeo mais longo); é um vídeo para enviar pelo WhatsApp? (Não poderá ocupar muito espaço de armazenamento, deverá ser um vídeo mais “leve”) e assim por adiante. Cada plataforma a veicular determinado vídeo terá suas especificidades, bem como, a escolha da plataforma depende do público alvo, como, por exemplo, um público mais jovem, possivelmente, o Instagram; já um público alvo um pouco mais velho, o Facebook. Assim, poder-se-á ter a melhor ferramenta para o engajamento das pessoas com o conteúdo produzido.
Seguinte a escolha dos recursos e a criação do enredo, é o momento de colocar a mão na massa. Ao gravar um vídeo, é importante atentar para o enquadramento, quantidade de luz do local, de ruídos, para se fazer uma filmagem, mesmo que amadora, mas de qualidade. Depois de filmadas as cenas, será o momento da edição e montagem, em que se definirá a narrativa visual e sonora, momento de juntar as peças, de corrigir possíveis erros de gravação.
O som de um vídeo, é um elemento muito importante, podendo haver no vídeo momentos de ruídos, de silencio, trilha sonora, fala, a depender do que for melhor para realização de determinada cena.
Após um vídeo criado, as possibilidades de publicação são as mais variadas, podendo ser usadas no TikTok, Instagram, WhatsApp, Facebook, Youtube, como conteúdo de acesso público, em que qualquer usuário da rede poderá visualizar o vídeo; ou, de acesso, “não listado”, em que somente aqueles com o link do vídeo poderão acessar; ou, até mesmo, ser usado em uma conta do Google Drive, que permite também várias possibilidades de compartilhamento.